sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Minha primeira e última vez no Templo de Salomão

A convite de uma velha amiga fomos eu, meu marido e ela ao tal Templo de Salomão.
Já começou a dor de cabeça ao fuçar em todos os sites e redes sociais informações sobre vaga especial e estacionamento. O site não informa nada disso. Então fomos com a cara e coragem. Estacionamento fecha 15 minutos antes da palestra, era só o que sabíamos. Vou chamar isto de palestra, pois era conselhos a casais.
Ok, chegamos às 20:15 e mesmo com várias vagas preferenciais vazias ( a qual tenho direito) , fui conduzida a um velho galpão em frente.
Ok. Minha amiga me aconselhou a desligar o celular e por na carteira desligado. Assim eu fiz, depois nos deslocamos apressadamente ao subterrâneo para só então passar por uma revista tipo aquelas de cárceres. 
Ao tentar entrar no elevador fui bruscamente enxotada para fora com meu marido e amiga para fora. Teria que passar pela "revista". Começou meu constrangimento.
Abre bolsa, carteira, rg, abre as pernas e boca e tudo que tiver orifício
Claro que de cara ela encontrou meu celular, até aí, fiz cara de paisagem e meu marido se dispôs a ir guardar pra mim, detalhe que ela mandou meu marido jogar até o chiclete que mascava fora ( coisa que ele não fez).
Então começou a revista da minha amiga, e então minha amiga com gênio pernambucano começou a se alterar. Não diferente da tal segurança também "arretada" iniciou um barraco de quem fala mais alto.
Eu constrangida resolvi me assentar na cadeira de rodas e esperar a volta do meu marido. Tive a sensação de que estava eu, roubando meu próprio celular. O tratamento foi "VIP". Cheguei a dizer em voz alta: misericórdia.
Nessa emputeci e falei: tá, não pode levar celular? Ok já guardamos o celular ,você vai ficar gritando quanto tempo que nós tentamos adentrar com celular na carteira? Me ignoraram as duas e voltaram a discutir. Minha amiga afirmando que já adentrara com celular e a segurança afirmando que não pode e não vai entrar. Meu marido volta, chega outra segurança mais educada e ajuizada e manda  a primeira circular. Pediu calma  a minha amiga,  e continuou a revista com o tal detector de metal. Adentramos constrangidas e por mim, tinha ido embora, porém a curiosidade do porquê de tanto auê foi maior.
E o que é por dentro todo mundo já sabe. 2 horas de palestra, com a Cristiane e o Renato ok , lembrando que quando subimos notei que os cadeirantes deveriam ficar no canto do canto, acho que para não atrapalhar o vai e vem de fiéis indo depositar as ofertas. Detalhe: foi 1 hora dedicada a pedir ofertas, dízimo,e mais ofertas.Que contamos foram 3x uma para isso, outra para aquilo e outra para outra coisa. 
Ao explicar o porquê do dízimo foi oferecido envelopes em sacos vermelhos  com um mini livro explicando o porquê do dízimo mais detalhadamente. Mas todo foram advertidos a não pegar se não fosse para dar dízimo. 
Palavras do Renato: Não pegue se não for doar, porque isso custa dinheiro. Eu curiosa pelo livro e envelope peguei. Isso também não pagaria 1/3 da vergonha que passei. 
Notamos ( eu e meu marido) que 15% já tinha se aninhado na poltrona e estava dormindo.
Cansativo,eu comecei a pensar nos meus três filhos sozinhos e incomunicáveis comigo e meu marido sentiu o sono. Começou a dar vontade de vazar, queria ir ao banheiro, notei que não tinha. Bebedouro, não tinha. Tudo no subsolo. E caso me levantasse 9 mil me veria. Se tiver que sair e voltar, vai ser revistado tudo de novo. Vale-me Deus !!
Ok, começa a palestra, foi produtiva e bacana. Acabou, a ordem do mesmo que ministrava a palestra era: saiam em silêncio e só conversem lá fora . Até isso? Eu tive que tentar me apressar porque meu marido cismava em falar e eu querendo rir dos tais homens e mulheres de branco com os braços estendidos nos convidando a sair fora  ( diz minha amiga que quando se chega, eles nos convidam a entrar da mesma forma) segundo ela isso era emocionante e eu achando tudo um circo. Fico imaginando Deus lá de cima em pleno ano de 2015 vendo essa encenação toda. Não é a toa que os judeus estão querendo jogar o kipá no chão de tanto desgosto desse templo.
Voltamos ao elevador da tal segurança, que clima meu Deus kkkk
Vamos fazer xixi, beber água e tirar foto lá na frente. Cheguei, tirei 3 fotos e fomos enxotadas pelos seguranças que tinha pressa em fechar os portões.
Resumindo, foi péssimo. Tive até pesadelo com a tal segurança. Sinto pela minha amiga que está deslumbrada com essa igreja. Quanto a palestra ainda vamos continuar indo, pois está sendo útil. Digo mais, graças a Deus não aconteceu nada com meus filhos, mas fico imagino nas 10 mil pessoas incomunicáveis ali dentro. Não faço isso mais nunca na minha vida.